terça-feira, 29 de abril de 2008

Wikicrimes e Google Maps: uma parceria que está dando certo.


Conhecida como a empresa do século 21, como noticiou a revista Exame, no último dia 3, a Google tem mais ou menos uma década de existência e já é um fenômeno. Os vários serviços e ferramentas possibilitam um resultado excelente em seu serviço de busca na internet, por exemplo, por isso é cada vez maior o número de adeptos e até mesmo de fãs da empresa.
Todas essas vantagens, muitas delas gratuitas, podem e são utilizadas também por organizações, em projetos e até na criação de novos softwares, como é o caso do Wikicrimes, criado pelo professor de informática da Universidade de Fortaleza, Unifor, Vasco Furtado.
Nesta entrevista, Vasco Furtado que também é pesquisador e coordenador da Célula de Engenharia do Conhecimento da Unifor, é bastante explícito em afirmar que o Wikicrimes não teria razão de ser sem o Google Maps, um serviço de mapas oferecido gratuitamente pela empresa.

Andréa e RachelComo surgiu a idéia de criar um software para registrar ocorrências criminais?

Vasco Furtado - Eu estava nos Estados Unidos fazendo o pós-doutorado, ano passado, e lá essa idéia de participação é muito presente, eles usam muitos sistemas livres como a Wikipédia. Como eu trabalho com segurança pública há 10 anos, desde o meu doutorado, então eu tive essa idéia de fazer o Wikicrimes, pois a falta segurança é um problema muito presente no Brasil. Primeiro que os dados da polícia não são confiáveis, pois são incompletos, existe uma grande quantidade de crimes que não são notificados à polícia. Segundo que os dados são monopolizados pela mesma, e eu acho que deveria ser mais público, à disposição de todas as pessoas. Já que a polícia não quer colocar esses dados à disposição, eu achei que a melhor forma de fazer isso seria o próprio cidadão colocar a verdade dele.

A&R - Como é formada a equipe do Wikicrimes?

VF - Na verdade a equipe não é voltada só para o Wikicrimes, eles fazem parte de um grupo de pesquisa coordenado por mim, onde são feitas pesquisas sobre tecnologia para segurança pública. Nós temos vários projetos, mas o Wikicrimes é o mais midiático, e ao todo temos 15 pessoas trabalhando com esses projetos, dentre eles alunos de mestrado, doutorado e graduação.

A&R - De que forma o Wikicrimes está relacionado com a Google?

VF - A Google disponibiliza um serviço gratuito para acessar o seu mapa, então você pode criar aplicações em cima deste. Foi assim que nós fizemos o Wikicrimes, que é uma aplicação, onde o cidadão registra crimes em cima de um mapa, que é do Google Maps. Sem o Google Maps nós não teríamos a condição de fazer o Wikicrimes, pois eu não tenho um mapa mundial com o nível de detalhamento e abrangência que ele disponibiliza, e se fosse comprar isso seria muito caro.

A&R - Que outras ferramentas são utilizadas pelo Wikicrimes?

VF - De ferramenta da Google o Wikicrimes utiliza apenas o Google Maps, o restante foi desenvolvido por nós. Foi feito tudo em Java que é uma linguagem de programação. Você pode imaginar como se fossem duas camadas: uma camada do Wikicrimes que foi o que nós desenvolvemos, e em baixo temos uma camada que é o Google Maps, que interagem entre si.

A&R – O Wikicrimes abrange o mundo todo?

VF - Sim. Se você viajar para a Europa e tiver o infortúnio de ser furtado ou conhecer alguém que foi furtado, você entra no site, identifica o local, puxa o alfinete, marca e descreve o que aconteceu. Depois de colocado, você pode selecionar os crimes, por exemplo, por data, horário, região. Você pode escolher ver só os furtos que ocorreram no último mês em Fortaleza, entre outros detalhes.

A&R – Existe algum tipo de filtro para checar as ocorrências registradas?

VF - Sim. Nós temos algum nível de controle. Primeiro que quando a pessoa registra a ocorrência, ela precisa informar também e-mails de pessoas que vão confirmar o relato dela. Então quanto mais pessoas confirmarem, mas o registro ganha credibilidade. Quando alguma pessoa é assaltada, ou furtada, ela conta para alguém, tanto pra desabafar ou porque ela quer alertar as pessoas para terem mais cuidado naquele lugar. O Wikicrimes vai ser do mesmo jeito, você vai contar e colocar os e-mails de duas ou mais pessoas pra quem você também relatou o acontecido, e estas recebem um e-mail dizendo que o usuário do wikicrimes registrou um roubo, pedindo para que elas cliquem em um link que leva para o crime, lá elas confirmam ou não. Elas também podem colocar uma informação a mais, corrigir a data, interagindo e modificando o registro. Cabe a pessoa que está informando tentar dar credibilidade para o seu registro, anexando à informação, por exemplo, um link de uma matéria de jornal sobre o caso relatado. Já temos uma parceria com o Diário do Nordeste, onde os jornalistas registram os crimes e colocam os links das matérias, então você tem confiabilidade. As pessoas podem colocar vídeos, fotos, o próprio boletim de ocorrência ou o número. Além disso, nós temos um sistema de moderação, onde ficamos vendo o que as pessoas estão escrevendo, porque tem muitos casos onde as pessoas colocam que os políticos são ladrões, apontam o local onde está o Congresso e dizem que lá tem vários ladrões. Essas coisas nós retiramos e mandamos uma mensagem dizendo que não é essa a filosofia. Então nós temos uma certa moderação quanto a isso.

A&R – O programa está sendo bem aceito por parte da população e da polícia?

VF - A visão da população pelo que eu tenho visto é extremamente positiva, recebo e-mails todos os dias me parabenizando, dizendo que vão participar. A população já aceitou, e eu espero que a polícia use as informações do Wikicrimes. Eu acho que uma polícia de respeito tem que usar todas as informações que estão à disposição, para fazer um melhor trabalho. Eu enviei uma correspondência para todas as polícias do Brasil, solicitando que eles coloquem os dados que possuem no Wikicrimes. Estou esperando as respostas. Tudo que é diferente assusta, mas a reação é muito mais positiva do que negativa.

A&R - Caso a ocorrência registrada não seja verídica? Quais são os procedimentos realizados?

VF - Se houver uma prova de que o crime não aconteceu, configura-se a situação que nós chamamos de “situação abuso”, pois no site temos as opções de confirmar o crime, não confirmar ou denunciar que é um abuso. O abuso é quando a pessoa mente ou prejudica alguém, pois o Wikicrimes não tem o objetivo de citar nome de ninguém. Então se a pessoa coloca o nome de outra e a ofende, nós retiramos. Se houver uma denúncia de que o fato não ocorreu, que foi um falso testemunho, nós podemos identificar e retirar. Nós confiamos fortemente nas pessoas, partimos do princípio que estas vão querer fazer o certo, e quem vai verificar se está certo ou errado também são elas. Nós recebemos e-mails de usuários que entram, vêem algo errado e denunciam.
Um ou outro registro falso não é relevante no global. O importante é perceber qual a tendência do crime em uma área. O wikicrimes é voltado para as pessoas, e essas querem saber se o local onde pretendem ir já aconteceu algum tipo de violência, se é seguro.
Nós temos formas de identificar se tem gente querendo fazer uma espécie de burla ou não, temos alguns controles que chamamos “algoritmos de reputação”, nós damos reputação para as pessoas que estão informando. Começamos com um tempo a fazer um cálculo de quão confiável ou quanta reputação aquela pessoa tem. Tem algumas estratégias que eu não vou dizer, pois essa é a nossa “fórmula de sucesso”, até porque se nós dissermos as pessoas vão começar a fazer contra, mas a gente tem algumas ferramentas que identificam as falsas denúncias.

A&R – Através do Wikicrimes podemos saber qual bairro de Fortaleza é o mais violento?

VF - O Wikicrimes não vai dizer qual o bairro mais violento, ele pode dizer onde há maiores registros de violência, o que é diferente. Hoje a cidade que mais participa registrando crimes no Brasil é Fortaleza. O Rio de Janeiro tem participado bastante nas últimas semanas. Então existem regiões em que há uma participação maior das pessoas, onde os registros estão sendo efetuados. Não é o objetivo do programa ficar fazendo essa comparação como se fosse dado criminal oficial de quem é mais violento. Você pode ter uma área em que simplesmente não houve participação, o que não significa dizer que aquela área é tranqüila. Para o cidadão o importante é saber o que está acontecendo nos lugares onde freqüenta.
Pode ser que no futuro a gente possa fazer esse tipo de comparação quando nós tivermos mais instituições oficiais colocando seus dados. Dessa forma nós poderemos comparar a partir de dados oficiais, mas inicialmente nós não estamos pensando nesse tipo de trabalho, pois isso interessa mais para a polícia do que para o cidadão. Eu estou mais preocupado em responder as perguntas das pessoas.

A&R – Essa é a versão final do Wikicrimes?

VF - Não. O wikicrimes ainda está na versão Beta, o que significa dizer que o sistema ainda não está acabado, está o tempo todo evoluindo. Ele vai ficar Beta ainda durante algum tempo. Semana que vem provavelmente ele estará com uma versão nova, onde o usuário poderá ter uma pesquisa mais detalhada: registros do Diário do Nordeste, registros da polícia de determinado lugar entre outros.Vamos colocar uma versão do Wikicrimes no Orkut, onde o mapa ficará na página do usuário. Atualmente os crimes existentes no programa são aqueles que as pessoas não notificam a polícia, como roubos e furtos, e em outra parte os que são mais violentos como homicídios, mas estamos querendo aumentar para denúncias de tráfico de drogas, uso de entorpecentes.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Celular ou Mini Computador?

Essa nova fase de convergência midiática, nos disponibiliza várias opções de mídias e veículos que convergem, conectando-se uns com os outros. Televisão, rádio, celular, interagem entre si em um ambiente cada vez mais colaborativo, onde o consumidor é influenciador direto na criação de conteúdo. Essa nova mídia propõe uma forma de comunicação que rompem as barreiras de tempo e espaço.

O celular que antes era apenas um telefone móvel, hoje dispõe de vários serviços, como o envio de mensagens, fotos, rádio, MP3, vídeos, internet entre outros. E isso só tende a evoluir.

Em uma conferência realizada no Rio de Janeiro, empresas mostraram serviços para as operadoras de telefonia. Um deles permite que você programe o direcionamento de suas ligações: para o telefone da empresa durante o expediente, para sua casa nos finais de semana e para o celular quando estiver viajando.

O serviço também permite que mensagens de texto sejam convertidas em mensagens de voz e direcionadas para caixa postal de um telefone fixo ou vice-versa. Outro recurso mostrado foi a videoconferência através celular. Você pode ao mesmo tempo assistir a conferência virtualmente, compartilhar arquivos, e assistir um canal de televisão pela internet.

“O uso de Internet e de celular (ao menos dos serviços de valor agregado - além da voz) é relativamente recente no Brasil, mas os brasileiros estão adotando estes serviços em um número e freqüência de utilização cada vez maior”, afirma Axel Meyer, chefe de design da Nokia mundial, em entrevista para o site da UOL. Para ele o celular já substitui o computador, pois o mesmo pode ser um PC multimídia.

Isso que é Convergência Midiática!